Valores Próprios

[:pt]Seminário com Mamta Nagaraja[:]

[:pt]Na sexta-feira, dia 5 de abril, decorreu no Salão Nobre do Instituto Superior Técnico um seminário com Mamta Patel Nagaraja, controladora de voo no Centro de Controlo de Missões da NASA, ao abrigo do programa American Corner.

Ao longo de duas horas, Nagaraja abordou dois aspetos fundamentais do seu trabalho na NASA, muito relacionados com o seu próprio percurso: por um lado, o tema da exploração espacial; por outro, os efeitos biomédicos decorrentes dessa exploração, nomeadamente ao nível da perda de densidade óssea.

Depois de uma breve apresentação, feita pelo professor Fernando Lau, Nagaraja começou por falar dos passos necessários para se chegar à exploração do Espaço: “Antes de lá chegarmos, tivemos que explorar a nossa própria atmosfera”, lembrou, explicando depois o seu trabalho enquanto controladora de voo. “Os astronautas têm que saber de tudo, não podem ser especializados numa única área – esse é o trabalho dos engenheiros que ficam em terra, como eu, e que são especialistas em cada uma das áreas necessárias para a operação. Eu, por exemplo, sou responsável pelo sistema de comunicações.”

Com o avançar do seminário, chegou uma das secções mais relevantes: a explicação das grandes questões relacionadas com a exploração espacial que, neste momento, estão a ser estudadas. Algumas dessas, como os efeitos nocivos na visão ou na densidade óssea, do foro médico; outras, como o desenvolvimento de tecidos ou equipamentos robóticos, que poderão ajudar a “tornar a nossa vida na Terra mais fácil, melhor e mais segura”.

As questões, no final desta primeira parte da apresentação, sucederam-se, abordando temas tão diversos como as hipóteses de um português trabalhar com a NASA – o que não é impossível, já que, segundo Naraganja, “a maioria do trabalho da agência é feito em colaboração com a Agência Espacial Europeia (ESA)” – ou a questão do desenvolvimento de tecnologia privada para exploração espacial. Nesta matéria, que a oradora aplaudiu, “poderão ser vistos grandes avanços” e, por isso mesmo “há muita gente a ser contratada”: uma informação que a plateia agradeceu.

Outro dos assuntos abordados foi uma possível presença do homem em Marte. Para Nagaraja, é um futuro longíquo, já que “há muitas limitações”. “Por um lado, há a questão da propulsão – neste momento demoramos demasiado tempo a chegar a Marte; por outro, os efeitos biomédicos nefastos, sobretudo ao nível da diminuição da densidade óssea, quando sujeitamos o corpo a uma situação de gravidade nula durante muito tempo”, explicou.

Essa área deu mesmo o mote à segunda parte da sessão, intitulada “Efeitos biomédicos em voos espaciais”, objeto de estudo de Nagaraja. “A diminuição da densidade óssea, sobretudo, é um tema fulcral, mas como se trata de uma questão de qualidade de vida – que não causa a morte, diretamente, como o cancro ou as doenças cardiovasculares – é muito difícil arranjar financiamento para a sua investigação.”

Ainda assim, tem havido progressos nesse sentido, nomeadamente com o desenvolvimento de uma máquina – que Nagaraja tem vindo a estudar – de baixa amplitude e alta frequência, que tem demonstrado efeitos na regressão do efeitos. Mamta Nagaraja, que coordena os projetos Woman@NASA e NASA Girls, é considerada uma das “estrelas em ascensão” da Agência Espacial Norte-Americana.[:]

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