[:pt]”O pilar soberano é o saber”[:]
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O Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) foi o palco escolhido para novo debate sobre o futuro da Universidade de Lisboa, depois da fusão entre a Universidade Clássica e a Universidade Técnica.
Numa sessão intitulada ‘Resposta da Universidade às novas realidades: novas dimensões da Universidade’, que teve como mote a apresentação do programa de formação universitária para seniores e a entrega dos diplomas aos primeiros alunos formados, a grande figura da tarde foi o professor Adriano Moreira – que chegou a ser aplaudido de pé por toda a plateia, depois da sua intervenção.
“A Universidade, nestes tempos, tem que retornar à sua bandeira: a independência, a liberdade de pensar, de transmitir as ideias, de criticar, de resistir às pressoões. No século desordenado em que estamos a viver, o pilar soberano é o saber”, afirmou, para depois acrescentar: “Só tenho pena de não estar presente quando os grandes valores desta Universidade forem finalmente restabelecidos.”
A resposta do público não se fez esperar e, por vários minutos, todos os presentes aplaudiram de pé o professor catedrático jubilado da Universidade Técnica de Lisboa.
O professor José Barata Moura, o Dr. Francisco Pinto Balsemão e o Dr. Artur Santos Silva foram os outros convidados do debate, moderado pelo professor José Lopes da Silva, que fez questão de lembrar que “a fusão das Universidades abre novas oportunidades para a criação de novos cursos [por exemplo, seniores], de cariz mais transversal ou mais específico”.
Para José Barata Moura, um dos desafios mais significativos da Universidade é o de “cobrir a totalidade do conhecimento sedimentado”, questionando-o através de uma “prática que parece arredada do quotidiano da Universidade”, a crítica. Porque, lembra, “criticar não é dizer mal – é procurar ver bem”.
Francisco Pinto Balsemão, por seu lado, preferiu falar dos condicionamentos da sociedade atual, até em níveis demográficos, lembrando que a Universidade deve “ser um local para aproveitar o talento, e o talento não tem idade”.
Com uma intervenção mais política que os outros convidados, Artur Santos Silva fez questão de frisar que “as decisões de política financeira que tomamos hoje só têm sentido se delas beneficiarem as gerações futuras”. Por isso mesmo, a fusão das Universidades, “um movimento muito interessante e necessário no panorama universitário português”, poderá ser a resposta, já que permitirá uma maior eficiência na gestão dos recursos, ao mesmo tempo que garante a qualidade do ensino universitário para as gerações futuras.
Depois da homologação dos estatutos da nova Universidade de Lisboa, por parte do Ministro da Educação e Ciência, e da publicação do despacho reitoral conjunto que convoca eleições para o Conselho Geral e para o Senado, o reitor da UTL, professor António Cruz Serra, prevê que “antes do verão teremos uma nova Universidade em Portugal, com recursos para competir com o que de melhor se faz no mundo”.
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