[:pt]”Vim aqui para aprender qualquer coisa”[:]
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Xavier tem 15 anos, e acabou de passar para o 11.º ano, na área de Ciências. No final de junho, ainda sem sabor a verão, trocou a praia por um laboratório do Técnico para integrar um dos programas Ciência Viva no laboratório – Ocupação científica de jovens nas férias: a Oficina de Robótica, organizada em parceria com o Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores.
“Decidi dir para ficar a conhecer o Técnico, e esta área. Talvez acabe por me ajudar no futuro”, diz o estudante do secundário, que ainda não sabe bem o que quer seguir no futuro. “Vi os programas Ciência Viva e, além de Biologia, no Porto, este foi o que me chamou mais a atenção.”
E assim veio parar a uma sala com 14 outros alunos entre os 15 e os 18 anos – todos rapazes – que passaram cinco dias a construir, e programar, um robô com peças de Lego que, além de andar (sozinho) tem que identificar as vítimas que estão espalhadas ao longo de um percurso pré-definido. Na sexta-feira, é dia de pôr à prova o que fizeram, e a excitação é mais que muita.
“Um carro sem roda da frente não passa obstáculos, que estranho!”, brinca João Mendes, bolseiro do Técnico. Quando lhe perguntamos como funcionou a oficina durante a semana, explica que “0 objetivo é que seja uma tentativa-e-aprender-qualquer-coisa-com-o-erro, e não tentativa e erro simples”, mas que são os participantes que, depois das primeiras noções, fazem tudo.
E agora é altura de pôr isso à prova. Alguns robôs começam muito bem e perdem-se nas curvas. Outros, devagarinho, acabam por seguir o percurso estipulado e contar as vítimas de forma certa; o problema chega na rampa que têm que subir. À primeira, ninguém consegue passar o obstáculo, mas não há que desistir – depois da primeira ronda, todos têm oportunidade para ajustar a programação do robô e fazer melhor na segunda tentativa.
“O espírito aqui é de aprendizagem”, diz João Mendes. Exatamente o mesmo que Xavier afirma, logo no início da conversa: “Vim aqui para aprender qualquer coisa”. E consegue. Sai do Técnico, no final da semana, com conhecimentos básicos de robótica e programação. Pode ser que, no futuro, até acabe por enveredar pelo caminho da Eletrotécnica.[:]
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