[:pt]Professor Mariano Gago lembrado no início das Jornadas sobre Cultura Organizacional no Técnico[:]
Decorreu esta terça-feira, 21 de abril, a primeira sessão das Jornadas sobre Cultura Organizacional no Técnico, que incluiu uma introdução geral e seguiu para um debate sobre “Autonomia e desenvolvimento na profissão e na aprendizagem”.
O professor João Cunha e Serra, presidente da Assembleia de Escola, foi o principal dinamizador das Jornadas, e abriu a sessão aproveitando a oportunidade para uma “singela homenagem ao Zé Mariano [professor José Mariano Gago]”. “Era uma pessoa controversa, como todas as que se envolvem em política, mas um homem formidável.”
As homenagens multiplicaram-se, aliás, durante toda a tarde, com a professora Isabel Ribeiro a proferir um dos mais comoventes elogios, lembrando “o homem da ciência, o estratega, o visionário, o impulsionador que foi Mariano Gago”. “Fez muito pela ciência em Portugal e pelo panorama científico que hoje temos – e que temos que trabalhar para manter – no Técnico.”
Estas Jornadas, uma iniciativa da Assembleia de Escola, “visam proporcionar um espaço aberto a todos os membros da comunidade IST para apresentar propostas sobre qualquer assunto que diga respeito à escola”, explicou João Cunha e Serra. “Espero que os contributos nestas Jornadas possam ter eco nos órgãos de gestão (…), para que o Técnico seja e permaneça um espaço de liberdade, educação e cooperação.”
Na sessão de introdução estiveram presentes o professor Eduardo Pereira, vice-reitor da Universidade de Lisboa, o professor Arlindo Oliveira, presidente do Técnico, a Dr. Joana Pinto dos Santos, membro não-docente na Assembleia de Escola e Pedro Sereno, presidente da Associação dos Estudantes do Técnico (AEIST).
Os professores José Neves, do ISCTE, e Luís Valadares Tavares, do Técnico, tomaram a palavra de seguida, com intervenções sobre o tema geral das Jornadas. Para José Neves, especialista em Clima e Cultura Organizacionais, “o conhecimento da cultura de uma organização serve para calibrar a atuação dos dirigentes: para que esta seja consonante com a cultura já existente”. Já Luís Valadares Tavares lembrou que um dos pilares fundamentais da cultura do Técnico é “a ligação muito forte à sociedade”. “Não somos uma escola isolada da comunidade.”
Na parte final da sessão, houve lugar para mais intervenções, dedicadas ao tema desta primeira sessão, altura que a professora Isabel Ribeiro aproveitou para criticar duramente “as sucessivas limitações à autonomia universitária” que têm prejudicado o bom funcionamento do Técnico. “Precisamos de criar escola, de passar a cultura do Técnico. (…) As graves restrições à nossa autonomia, que está consagrada em lei, dificultam isto mesmo. Mas eu tenho esperança.”
O professor José Tribolet falou de seguida, destacando que “a educação tem um papel fundamental na construção da identidade e o Técnico não pode desmarcar-se desse papel”. “Acho que podemos fazer muito mais com os recursos que temos.”
Lídia Silva, funcionária não docente do recém-integrado Campus Tecnológico e Nuclear, sublinhou a importância de garantir aos funcionários oportunidades para desenvolvimento pessoal e profissional, dando vários exemplos de programas e cursos em que estes podem participar, e Pedro Sereno, da AEIST, falou sobre as necessidades dos estudantes, lembrando a necessidade de melhores espaços de estudo e lazer, de se fomentar o ensino de línguas, de garantir que os estudantes não são vítimas de fatores “de violência psicológica” que têm repercussões ao nível do sucesso escolar e de promover atividades complementares para que se formem “cidadãos completos”. “Não vamos baixar os braços. Vamos trabalhar sobre todos os temas que considerem pertinentes nestas Jornadas.”[:]