[:pt]”É a Curadoria a nova Crítica?”[:]
[:pt]O Instituto Superior Técnico recebeu, no dia 7 de janeiro, a conferência “É a Curadoria a nova Crítica?” do professor Pedro Gadanho, curador de Arquitetura Contemporânea do Museu de Arte Moderna (MoMA) em Nova Iorque.
O Salão Nobre encheu para assistir ao evento, promovido pelo IST em parceria com a Embaixada dos Estados Unidos da América, ao abrigo do projeto American Corners Portugal. Ao longo de mais de duas horas, o público teve a oportunidade de refletir sobre aquilo a que Pedro Gadanho chamou “prática crítica” da Curadoria, que vê cada vez mais como uma continuação da crítica tradicional: “É uma forma que usa, por exemplo, a exposição e não apenas os formatos tradicionais da crítica”.
O arquiteto sublinhou a importância da pesquisa, da reflexão e da crítica no processo de Curadoria, opinião partilhada pela Prof.ª Ana Tostões que, juntamente com os professores Bárbara Coutinho, João Vieira Caldas e José Mateus e os curadores convidados Delfim Sardo, Nuno Crespo e Ricardo Carvalho, participou no debate que se seguiu. “Não consigo conceber a curadoria sem crítica” afirmou, categórica, no início da discussão.
Por outro lado, segundo Pedro Gadanho, a popularidade do formato expositivo pode ajudar esta forma de crítica a chegar mais longe: “A curadoria pode ter mais sucesso a passar a mensagem porque o formato de exposição é, muitas vezes, mais apelativo para o público”, referiu.
Segundo o curador do MoMA, outra particularidade do momento pode ajudar a transformar a curadoria numa nova forma de crítica: a “pujança de produção” que se vive na área da arquitetura neste momento. “A arquitetura nunca viveu, como nos últimos quinze anos, um momento tão pujante”, admitiu Pedro Gadanho, que continuou: “São 500 a 1000 novos projetos de arquitetura publicados todos os meses”. Finalmente, Pedro Gadanho resumiu o que parece ser a chave do seu pensamento: a arquitetura deve ser pensada como uma “produção cultura”. E isso implica, segundo o conferencista, “criar conteúdo crítico, social e político”. Portanto, continuar uma nova forma de crítica que rompe com os moldes tradicionais que passam, muitas vezes, pela escrita. Ainda assim, Pedro Gadanho faz questão de frisar que “por detrás da curadoria continua a haver escrita”.
No debate que se seguiu, muito participado, muitos foram os que concordaram com a opinião do curador do MoMA, mas José Mateus, professor no IST, fez questão de se mostrar contra essa ideia: “A curadoria não é a nova crítica, não tenho dúvidas disso. É uma forma de crítica, mas não a nova crítica.”
Além das questões levantadas por Pedro Gadanho, outras surgiram com a discussão: por que razão desapareceu a crítica de arquitetura dos jornais, a necessidade de auto-crítica do curador e a dificuldade em curar aquitetura, na medida em que os objetos (os edifícios, as paisagens…) não estão presentes na exposição. Temas para refletir dentro e fora dos limites da arquitetura.[:]
Conheci o professor Gadanho há uns anos. É uma excelente pessoa
Olá a todos,
Cai quase de paraquedas numa agradável surpresa. Fui desafiado a comparecer ao almoço e confesso-vos, jantei tarde, mas reconfortado pelo que vi ouvi na admirável palestra do Prof. Gadanho e sobretudo na viva discussão que os seus ponto de vista suscitaram.
Pontos fortes:
– Reconhecimento internacional do nosso “génio” criativo e capacidade de inovar e fazer bem (sobretudo expresso nas palavras do Embaixador dos EUA),
– Uma audiencia vasta e muito bem composta e diversificada,
Pontos fracos: Painel demasiado numeroso (sobretudo com demasiados representantes da “casa”) que extendeu a sessão para lá do razoável.
Por ultimo refiro que o American Corner do IST está de parabéns e contará seguramente com o meu interesse.
Bom Ano,
Alexandre