[:pt]”A indústria petrolífera em perspetiva”[:]
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O anfiteatro do Complexo Interdisciplinar do Técnico foi o palco escolhido para a primeira sessão do Distinguished Lecturer da Society of Petroleum Engineers (SPE) em Portugal, organizada pela Galp, que contou com a presença do Dr. Phil Rae, com mais de 30 anos de experiência na indústria.
Ao longo de cerca de uma hora, o diretor do Intuiton Energy Associates falou sobre o panorama energético mundial com o objetivo assumido de “olhar para a indústria petrolífera de outra forma”. “Há fortes razões para acreditar que os combustíveis fósseis não são tão maus como as pessoas pensam”, afirmou, em jeito de provocação.
“Em primeiro lugar, o petróleo não vai acabar, pelo menos nos próximos 200 anos”, começou por dizer Phil Rae, perante uma plateia atenta. “Hoje, mais de 80% de toda a energia que utilizamos é proveniente de hidrocarbonetos – gás, carvão e petróleo – e precisamos de muito menos energia para o fazer.”
“As energias renováveis, por exemplo, representam uma ínfima percentagem da produção de energia. A minha verdade incoveniente é esta: a quantidade inacreditável de energia que utilizamos todos os dias não pode ser produzida pelo sol, o vento ou as outras renováveis. Custa demasiado fazer isso, e há demasiados problemas na produção e armazenamento”, declarou.
Em alternativa, Phil Rae acredita que o futuro, “a não ser que haja uma enorme revolução a nível energético, com a introdução em larga escala do nuclear”, deve passar pela aposta no gás natural: “Quase todos os países têm reservatórios de gás natural, e trata-se de um dos combustíveis mais limpos que existem”, lembrou. “Em vez de subsidiarmos outras coisas, como a construção de turbinas eólicas, devíamos estar a apostar no gás, por exemplo para os transportes.”
O debate que se seguiu foi aceso, com muitos dos alunos e professores presentes a rebaterem os argumentos utilizados por Phil Rae, sobretudo ao nível dos custos – económicos, mas também ambientais e sociais – da produção de energia através de combustíveis fósseis.
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