[:pt]Daniel Bessa e Ferreira do Amaral debatem a crise[:]
[:pt]Daniel Bessa e João Ferreira do Amaral foram os oradores convidados para a sessão desta quinta-feira da SET – Semana de Empreendedorismo e Tecnologia, dedicada ao tema ‘A crise, suas origens, caminhos possíveis para a ultrapassar, implicações para Portugal e para a Europa’, que contou com a moderação de Camilo Lourenço.
Foi perante um auditório cheio que os dois oradores expressaram a sua opinião sobre a situação atual que o país vive: para Daniel Bessa, trata-se de uma “crise clássica”, cujo principal problema consiste na “falta de crescimento”. “A economia portuguesa não cresce desde 2000, e é isso que agrava muito o problema da dívida”, afirmou.
Ferreira do Amaral, por seu lado, considera que o principal problema de Portugal é uma “profunda distorção da estrutura produtiva”, que levou à aposta “em mercados que estão protegidos da concorrência externa”, o que “aumenta muito o défice”.
Mas não é só no diagnóstico que os dois convidados divergem: ambos apresentam soluções muito diferentes para o problema. Para João Ferreira do Amaral, a “única possibilidade” é “a saída do Euro”: “Portugal precisa de um choque competitivo, precisa de uma moeda muito mais fraca do que o Euro, não podemos ter uma moeda forte”, assume.
Daniel Bessa é mais radical e acredita que a opção para os portugueses é “emigrar”. “Enquanto depender de nós e das nossas forças, não vejo outra solução que não seja uma emigração maciça”, considera, descartando a hipótese da saída do Euro por “provocar problemas gravíssimos” e “um empobrecimento imediato de 20 ou 30%”.
Também Camilo Lourenço deu a sua opinião, participando como orador no debate, e afirmou que “a alternativa é a redução de salários”, para que se “reduza o rendimento e o poder de compra”. “É uma alternativa feia e dura, mas é óbvia.”
Depois de um período de debate entre os três convidados, o tempo foi dedicado a perguntas por parte da plateia, que focou temas tão variados como a realidade da dívida externa, o emprego existente no estrangeiro e as opções dos formados nas áreas de Engenharia.
A mensagem de otimismo que faltou na maioria da sessão foi, por fim, deixada por duas das professoras do Instituto Superior Técnico. A vice-presidente, Prof.ª Teresa Vazão, lembrou que os alunos presentes “são engenheiros e vão encontrar, aqui, emprego nas áreas que o país precisa. A vossa preocupação não vai ser a de conseguir trabalho, mas sim qual escolher”.
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