[:pt]Treino na pista do outro lado do rio[:]
[:pt]O dia começa no pavilhão de Mecânica II do Instituto Superior Técnico. No “nosso corredor” (assim lhe chamam os rapazes – apesar de dizerem que não é bem assim, ainda só vimos rapazes), o cheiro a metal trabalhado e as fardas de mecânico imperam. É dia de treino ‘na pista’ e João Pedro, Team Leader do Projecto FST Novabase, abre caminho por entre um caos de máquinas e madeiras até chegar ao carro formula, pronto a ser montado no reboque que o vai levar a Palmela.
São oito os membros da equipa que hoje acompanham o modelo antigo, o 04, até ao kartódromo, onde vão “dar umas voltas” e tentar aliciar um patrocinador a aliar-se ao projeto do carro novo.
A viagem até à outra margem do Tejo é atribulada. Meio perdidos no caminho até à pista, devido a uma paragem numa outra empresa, que já patrocina o projeto, os dois carros que transportam ‘os rapazes’ são brindados com um inesperado presente de São Pedro: “Bolas. Não trouxemos kit de chuva. Se isto continua assim, fizemos uma grande viagem para vir almoçar.”
Apesar disso, a viagem em direção ao kartódromo continua, entre alegres conversas sobre as novas jantes, o trabalho com a lixa que está a ser feito nos modelos do novo carro e os adversários que poderão encontrar nas competições internacionais que se aproximam a passos largos.
Chegados ao destino, a chuva parece ter acalmado e é hora de pôr o 04 a rodar… mas não por muito tempo. Sem ter feito duas voltas, e com o motor ainda a meio gás, uma paragem forçada e todos correm em direção à pista. “Foi chama?” A pergunta é de João Pedro, mas parece estar presente em quase todas as outras cabeças – será fogo? “Não. A ventoinha partiu” é o diagnóstico rápido de outro dos futuros engenheiros, deitado no asfalto enquanto espreita para dentro do carro.
A explicação detalhada vem depois: o parafuso da ventoinha partiu, os cabos enrolaram e provocaram um curto-circuito. “Nunca tinha acontecido… mas é normal, na pista acontecem sempre coisas que nunca tinham acontecido”, assegura o líder da equipa. O percalço não impede o carro de andar, por isso é preciso voltar a meter mãos à obra – o patrocinador deve estar a chegar e não se alicia ninguém com um carro parado no meio da pista.
Menos de uma hora depois, já o formula – o Projecto FST (Formula Student) compete em torneios internacionais universitários de carros deste tipo – está pronto a rolar novamente e eis que chega o ilustre convidado. De regresso à pista, o 04 porta-se melhor: cerca de 15 voltas, com várias paragens no meio para ajustes nos amortecedores, até a bateria chegar ao fim e a volta ter que ser interrompida. E em boa altura, já que a chuva regressa e deixa toda a pista cheia de poças e impraticável para qualquer treino. É hora de voltar ao IST e tratar de mais umas peças para o novo 05.[:]