[:pt]Um estágio na OGMA “não é impossível”[:]
[:pt]Vítor Leão e Rafael Mendes são dois estudantes de intercâmbio atualmente no Técnico. Nada os distinguiria, à partida, de todos os outros que diariamente percorrem os corredores dos campi do IST: aos 21 anos, chegaram a Lisboa vindos da Universidade Federal de Pernambuco, ao abrigo do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF), para aqui estudarem Engenharia Mecânica durante um ano.
Quando chegaram, em Setembro, vinham com vontade de aproveitar a oportunidade ao máximo: “É uma ótima oportunidade para nós aproveitar o Técnico, estas aulas e esta experiência”, explica Rafael, para logo acrescentar que “o estágio que conseguimos é o final ideal”.
O estágio de que fala é um estágio não curricular de quatro meses, na OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, o objetivo último do programa CsF. “Em Portugal não há a cultura do estágio: quando os estudantes acabam o curso, entram diretamente num trabalho. Tivemos que falar com muitos professores e ouvir muitos ‘nãos’ até conseguir este estágio”, afirma.
O Ciência sem Fronteiras é um programa brasileiro que procura promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio e da mobilidade internacional. Um dos grandes objetivos é permitir aos alunos participar em estágios internacionais, para “manter o contacto com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação”.
Para os estudantes brasileiros, os quatro meses de trabalho serão totalmente virados para a Engenharia Mecânica, apesar de se tratar de uma empresa da área Aeroespacial: “A nossa participação vai ser a otimização de um processo de procura de hardware, para construir e reparar aeronaves”, diz Rafael, com um sorriso de excitação nos olhos. “Foi difícil conseguir esta oportunidade, mas é importante que todos saibam que não é impossível.”
Os planos de ambos passam por voltar para o Brasil no final do mês de Agosto, depois de terminado o estágio, mas esperam consolidar relações que possam dar frutos no futuro profissional (a OGMA é detida, em parte, pela gigante brasileira Embraer). Para já, o objetivo é começar a estar à-vontade no mercado de trabalho, e aproveitar a estadia por terras lusas. “Voltar a Portugal? Não digo que não, Lisboa é uma excelente”, admite Rafael. “Mas primeiro, vamos terminar o curso e ver como as coisas correm quando voltar ao Recife.”[:]