Valores Próprios

[:pt]”Vamos trabalhar a vossa carreira”[:]

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O Pitch Bootcamp, um programa de dois dias da Spark Agency destinado a universitários e recém-licenciados que pretende ensinar a pensar sobre o mercado de trabalho e a valorização da carreira, voltou ao Técnico no último fim-de-semana, dando a oportunidade a 140 alunos de se valorizarem como “produto” para o mercado.

“Aqui vamos trabalhar a vossa carreira: temos uma tela em branco que, ao longo de dois dias, vamos preencher totalmente”, atirou Miguel Gonçalves, um dos responsáveis pelo evento, logo no abrir da sessão. “Vamos receber aqui pessoas que podem ter um papel fundamental na vossa carreira”, explicou, antes de lembrar que “a capitalização” deste evento depende de cada um dos participantes: “Diferentes pessoas vão aproveitar o dia de sábado de forma diferente”.

O primeiro dia do evento, sexta-feira, foi dedicado ao conhecimento próprio dos participantes, que trabalharam nas áreas de “produto” (eles mesmos), “cliente” (as empresas), “proposta de valor” (o que podem oferecer) e “comunicação” (como fazer passar a mensagem) – tudo para se prepararem para o “grande encontro” com representantes de algumas das mais importantes empresas nacionais, no sábado.

Antes disso, tiveram ainda a oportunidade de conversar com João Paulo Carvalho (Delloite), Pedro Afonso (Novabase) e Wojciech Zytkowiak (Jerónimo Martins), que lhes deram uma primeira ideia do “mundo real” em que irão entrar nos próximos anos. Pedro Afonso, um antigo aluno do Técnico, destacou uma ideia que agradou a muitos: “O Técnico treina-nos muito para sermos avaliados por aquilo que entregamos de facto: é uma grande lição para a vida”.

Sábado chegou rápido de mais para alguns alunos. Às nove da manhã, o nervosismo era visível entre os participantes, que se apresentaram como fariam para uma entrevista de emprego – porque o podia ser. O professor Luís Caldas de Oliveira, vice-presidente do Técnico para o Empreendedorismo e Ligações Empresariais, aproveitou o momento para agradecer aos representantes das empresas presentes, “que se voluntariaram para ajudar as futuras gerações”. “Agradeço especialmente aos antigos alunos aqui presentes, que criam um círculo virtuoso em que os antigos alunos ajudam os atuais alunos, que no futuro farão o mesmo.”

Foi aliás, com esse espírito que o Eng. Sérgio Santos, consultor na SAP, aceitou o convite para participar, pela segunda vez, no Pitch Bootcamp do Técnico: “A minha vida profissional não me permite aceitar todos os convites que me são feitos, porque estou fora do país muito tempo, mas faço questão de vir aos do Técnico, porque quero contribuir de alguma forma e conheço a realidade destes alunos”, explica, antes de falar de um propósito mais “egoísta”.

“A empresa de que faço parte tem estado a recrutar e estas oportunidades são muito boas para receber feedback dos alunos, do que procuram num empregador. Normalmente aproveito estas ocasiões para selecionar dez alunos e convidá-los a conhecer a SAP. No último Pitch Bootcamp, acabei por recrutar quatro consultores.”

Sérgio Santos é um dos muitos “experts” que avaliarão e darão feedback aos alunos durante toda a tarde. Cada um tem dois minutos para se apresentar a um painel de três ou quatro destes “especialistas”, e mais oito para responder a questões e receber feedback. Depois destas rondas de “pitch” há também momentos de networking em que podem falar diretamente com o representante de alguma empresa específica em que estejam interessados.

É já depois da primeira sessão de pitch que abordamos o Eng. Sérgio Modesto, ex-aluno de Engenharia Civil e membro da direção da Wurth. “Estou aqui porque esta é a minha faculdade, e 25 anos depois acho que posso dar alguma coisa interessante de volta aos jovens que aqui estão hoje”, diz. “Ficarei muito honrado e satisfeito se conseguir passar 1% do que se passa lá fora a estes jovens.”

Mais do que recrutar, está aqui para “colaborar, conhecer e dar feedback”, mas não põe de lado a hipótese de recrutar alguém “que pareça muito especial”. E o que tem achado dos alunos? “Há gente muito interessante, com um conjunto de competências e interesses muito diversificados – e que fogem muito até do próprio curso -, o que é muito diferente do que aqui se passava há 25 anos.”[:]

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